Proteína animal, vegetal, colágeno e blend proteico: quais os efeitos no músculo esquelético?

A proteína dietética é crítica para a manutenção da saúde do músculo esquelético, quando a ingestão adequada (fonte, dose, tempo) pode atenuar declínios na função e na massa, muscular e óssea, durante o envelhecimento e na restrição energética. Além disso, pode potencializar o aumento da massa muscular induzida pelo exercício.

A proteína de origem animal é uma fonte anabólica potente, devido à digestão rápida e à cinética de absorção, estimulando aumentos robustos na síntese de proteína muscular e promovendo o acúmulo e manutenção óssea. No entanto, as preocupações globais em torno da sustentabilidade ambiental levaram a um interesse crescente em proteínas derivadas de plantas, colágeno e blends como fontes dietéticas alternativas ou adjuvantes.

Proteínas de origem animal são proteínas originadas diretamente de fontes animais, como carne, peixe, aves, ovos e laticínios (bem como o soro de leite e a proteína de caseína), que também são consideradas proteínas “completas” (ou seja, fornecem suficientes quantidades de todos os aminoácidos essenciais para atender às necessidades humanas). As proteínas de origem vegetal são proteínas obtidas de fontes vegetais (por exemplo, trigo, soja), e a proteína de colágeno são as proteínas derivadas de gelatina e/ou hidrolisados ​​de colágeno. Claro que as proteínas derivadas de hidrolisados ​​de gelatina/colágeno se originam de fontes animais (por exemplo, bovinos, ovinos, osso, pele de porco, pele de peixe), no entanto, elas não são consideradas como proteínas “completas”. Os blends proteicos referem-se a diferentes fontes/tipos de proteínas, combinadas para formar uma carga nutricional completa (por exemplo: proteína animal + proteína vegetal; proteína animal + colágeno; proteína vegetal + colágeno; proteína animal + proteína vegetal + colágeno; entre outras combinações).

A avaliação dos benefícios dos diferentes tipos de proteína sob a saúde musculoesquelética é de extrema importância para decisões assertivas no suporte nutricional, que envolve as adaptações do exercício e a modulação dos efeitos do envelhecimento e da restrição energética no músculo esquelético. As proteínas vegetais podem ser uma boa alternativa às proteínas animais em relação à saúde do músculo, embora em algumas circunstâncias devam ser ingeridas em quantidades maiores. Similarmente, as proteínas de colágeno representam uma fonte relativamente densa de nitrogênio, que tem demonstrado benefício em relação às alterações na composição corporal. Os blends proteicos se beneficiam dos distintos tipos de proteínas, o que pode representar um benefício em maximizar a saúde do músculo esquelético.

Em relação à saúde óssea, estudos consistentes demonstram que as proteínas animais, as proteínas vegetais e a proteína de colágeno podem aumentar o conteúdo e a densidade mineral óssea. Em relação aos blends proteicos, mais estudos são necessários.

Fonte: Deane CS, Bass JJ, Crossland H, Phillips BE, Atherton PJ. Animal, Plant, Collagen and Blended Dietary Proteins: Effects on Musculoskeletal Outcomes. Nutrients; 12(9): 2670, 2020.

Posts relacionados