Nutrição para Atletas Máster

Atletas másters são frequentemente considerados modelos de envelhecimento bem-sucedido, já que a alta capacidade física fornece informações úteis sobre as estratégias para um envelhecimento saudável.

Embora o treinamento seja o principal estímulo para as adaptações induzidas pelo exercício, a nutrição pode ter um grande impacto nas adaptações fisiológicas que resultam do treinamento. A nutrição de atletas mais velhos deve levar em consideração os aspectos fisiológicos e os desafios relacionados à dieta associados ao envelhecimento (por exemplo, alteração da função intestinal e necessidades de nutrientes específicos relacionados com a idade), que afetam a capacidade de treinamento ou a absorção de nutrientes.

Os desafios mais importantes que atletas máster podem enfrentar para se manterem competitivos são, em primeiro lugar, a manutenção do balanço de energia, incluindo o risco de baixa disponibilidade de energia e, em segundo lugar, a resistência anabólica, em que a resposta de síntese proteica em relação à contração muscular e/ou a ingestão de proteína é bloqueada. Por exemplo, um déficit proteico da dieta pode levar rapidamente a uma perda de massa muscular e força, juntamente com uma imunossupressão transitória, prejudicando o exercício físico. Além disso, as mudanças na composição corporal e nos níveis hormonais na transição andropausa/menopausa podem influenciar a função muscular e a composição óssea.

Os desafios fisiológicos relacionados à dieta que ocorrem com o processo de envelhecimento podem ser positivamente influenciados pelo treinamento físico crônico e pela nutrição apropriada. E, embora as evidências sejam limitadas sobre as necessidades nutricionais de atletas máster, as diretrizes nutricionais para atletas jovens podem ser consideradas. Em especial, deve-se dar atenção à ingestão adequada de energia e proteína para prevenir a perda de massa óssea e muscular, bem como para que a recuperação pós-exercício possa ser otimizada. Além disso, deve ser considerada a ingestão de nutrientes específicos, como vitamina D, ômega-3 e probióticos, para melhorar a imunidade, da mucosa e sistêmica, aumentar a resistência para doenças inflamatórias e metabólicas (incluindo infecções) e para preservar o bem-estar psicológico, que por si só dá suporte à imunidade de atletas.

Em geral, as orientações nutricionais para atletas máster são:
▪ Para a saúde óssea: adequada disponibilidade energética (acima de 30 kcal/kg de MLG), suplementação de cálcio e vitamina D, uso de produtos fermentados;
▪ Para a saúde muscular: adequada ingestão de proteínas (> a 1,2 g/kg de peso/dia ou 30g por refeição), com pelo menos 3g de leucina por refeição, suplementação de 3g/dia de ômega-3, alimentos na sua forma integral (food first approach);
▪ Para saúde imunológica: adequada ingestão de carboidratos, suplementação de vitamina D (1000UI/dia), suplementação de probióticos (pelo menos 10 bilhões 3 semanas antes de uma viagem ou competição);
▪ Para a saúde intestinal: adequada ingestão de carboidratos complexos e fibras, ingestão adequada de proteínas e dieta mediterrânea (que aumentam a diversidade de bactérias intestinais, conferindo efeito protetor ao organismo).

Fonte: Strasser B, Pesta D, Rittweger J, Burtscher J, Burtscher M. Nutrition for Older Athletes: Focus on Sex-Differences. Nutrients; 13(5): 1409, 2021.

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